
Uma rede solidária que vincula projetos, associações e comunidades por meio de relações éticas e transparentes.

Mebêngôkré / Kayapó
Estado - Pará
Associação - Instituto Kabu e Floresta Protegida
Impacto - 43 aldeias
Nos chamamos Mebêngôkre e fazemos parte do povo Mekrãgnoti, mas somos mais conhecidos como Kayapó. Vivemos no no estado do Pará, em duas Terras Indígenas (Baú e Mekrãgnotire). Uma área de conservação de rios e diversas espécies de plantas e animais. Nosso povo fala uma língua própria, conhecida como Jê
Com uma produção artesanal tradicional repassada dos mais velhos aos mais novos, cercada de valor imaterial e construída de forma utilitária, a partir da relação com a Floresta e suas formas de vida, nosso povo prioriza o uso de insumos e matérias primas naturias, presentes nas florestas. Assim, mantemos uma relação de dependência com a Floresta, utilizando de forma sustentável os recursos, a fim de produzir a nossa arte.
Ao adquirir peças originais, diretamente dos artesãos, você garante a justa remuneração das comunidades, contribuindo com a geração e distribuição de renda, fortalecendo a cultura material Kayapó, reforçando a transmissão de saberes tradicionais e garantindo a continuidade de conhecimentos ancestrais. Somados a isso, seu ato de consumo socialmente justo, fortalece a preservação e uso sustentável de cerca de seis milhões de hectares de Floresta, fortalecendo a difícil luta contra atividades predatórias, como o garimpo e a extração ilegal de madeira
Povo Krahô
Estado - Tocantins - TO
Associação - Centro Cultural Kàjre
Impacto - 100 famílias
Somos habitantes do Cerrado brasileiro, nossa Terra Indígena Krahô foi demarcada em 1950, nos municípios de Goiatins e Itacajá, uma área de 300.000 hectares, considerada a maior área contínua de Cerrado preservado em nosso país.
Nossa produção artesanal tem raízes culturais históricas e atualmente constitui uma importante fonte de renda para as comunidades. Diariamente, artesãos produzem colares, gargantilhas, brincos, pulseiras, bolsas e cestos.
Os artesãos Krahô coletam e transformam as sementes e fibras vegetais do Cerrado em ornamentos que conferem beleza e potência aos corpos, cantando e dançando junto com aqueles que os incorporam. Este saber é transmitido através de gerações, desde métodos de coleta, considerando a época, o local e o manejo adotado.
O Centro Cultural Kàjre representa os artesãos da aldeia Pedra Branca, onde tem sede e atua desde 2012 na organização do manejo sustentável dessas matérias-primas e na comercialização de peças prontas. Todos os recursos gerados nessa atividade são revertidos em trabalhos que objetivam segurança alimentar, ambiental, cultural e sustentabilidade econômica, pilares imprescindíveis para aquilo que os Krahô consideram como "viver bem".


Povo Xavante
Estado - Mato Grosso
Projeto - Associação - R.I.P.A
Nós somos o Povo Xavante, mas nos autodenominamos A'uwe (gente), em 2020 nós éramos 22.256 pessoas, habitando diversas Terras Indígenas no Estado do Mato Grosso.
O Abamerê (cesto cargueiro) é produzido por artesãos que guardam e compartilham conhecimentos sobre o uso e manejo do buriti, esse cesto é produzido com folhas do olho da palmeira que é conhecida como árvore da vida.
Mbyá Guarani
Estado - Rio Grande do Sul e São Paulo
Projeto - Mba'eapo Tenonde
Impacto - 12 aldeias
MBA'EAPO TENONDE é o nome que escolhemos para o nosso projeto de geração de renda e sustentabilidade da produção artesanal. Esse nome é muito importante para o Mbyá, pois é quando tudo começa. Foi quando Nhanderu (Deus) já tinha previsto que as matas acabariam e que o povo Guarani iria precisar sobreviver da venda dos cestos. Antes de falecer, uma antiga Guarani Mbyá falou sobre a importância da arte Guarani dizendo que ela surgiu na 1º primeira existência Mbyá. Essa senhora citou os cestos e balaios, dizendo que Nhanderu (Deus) quando criou o Guarani, criou junto o cesto, mostrando que o cesto seria o seu sustento e sua forma futura de ganhar a vida. O cesto na criação tinha a função de armazenar alimentos e utensílios. Nhanderu já tinha avisado que o cesto seria vendido para o Juruá (não indígena). Foi uma forma de "encantamento", pois o Juruá ia gostar da beleza do trabalho do Guarani.

Warao
Venezuela
Impacto - 40 artesãos e artesãs
Os Warao são um povo originário da República Bolivariana da Venezuela. Desde 2014 milhares de indígenas Warao têm entrado no Brasil em busca de refúgio devido a severa crise econômica da Venezuela. A grande habilidade dos artesãos e artesãs fizeram suas peças de fibras naturais bem aceitas no mercado, são elaboradas por um processo demorado e trabalhoso a partir de um conhecimento transmitido tradicionalmente, e que geram peças únicas e exclusivas com uma estética belíssima. A produção artesanal tem sido uma importante ferramenta de geração de renda e sobrevivência.

Galeria Amazônica
Etnia - Baré, Satarê Mawé, Arte Marajoara,
Região - Manaus - AM
Impacto - 300 artesãos
A Galeria Amazônica surgiu de um projeto em parceria entre a Associação Comunidade Waimiri Atroari (ACWA) e o Instituto Socioambiental (ISA), com objetivo de valorizar a diversidade socioambiental na Amazônia. É um espaço de exposições, vendas e encomendas do artesanato regional, que promove o comércio justo, o uso sustentável dos recursos naturais e a transparência nas relações entre fornecedores e cliente.

Povo Tukano
Região - Alto e Médio Rio Negro - Amazonas
Associação - FOIRN / Wariró
Somos os povos Tukano, habitamos as margens dos rios e vivemos principalmente da pesca e da agricultura, muitos de nós também vivem nos centros urbanos como São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel, Barcelos e Manaus (AM), regiões banhadas pelo Rio Negro. Hoje somos mais de 20 mil pessoas, considerando apenas o médio e o alto rio Negro, e falamos nossa língua materna o Tukano, e também o português.
Nossos conhecimentos sobre as plantas, os espaços, as redes sociais das trocas de sementes, os sistemas alimentares, os saberes e a cultura material, que inclui a arte cerâmica, - foi reconhecido como patrimônio cultural do Brasil pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
A cerâmica é uma arte trabalhosa, para a peça ficar pronta é necessário ir até a floresta, coletar cascas de uma árvore cujas cinzas são usadas no processo, ir até um igarapé pegar argila. A artesã trabalha a forma: modela, alisa, faz polimento no barro. Busca lenha. Espera a peça secar, ou acelera o processo manejando pacientemente o fogo. Queima o futuro artefato, prepara-o para ser desenhado. Desenha, busca lenha novamente. Coloca as peças em um jirau, e com fumaça transforma sua cor: da mica torna-se preta, que junto com os desenhos em negativo é a marca da tradição oleira da bacia do Rio Uaupés. Por fim, revela os desenhos que ficaram escondidos sob a fuligem. Todo o processo leva cerca de uam semana a dez dias.
fonte: Cerâmica Tukano. FOIRN - Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro / Instituto Socioambiental (ISA)

Povo Karajá
Região - São Félix do Araguaia - Mato Grosso
Associação - Centro Cultural Karajá
Impacto - 16 artesãos
Somos o povo Iny que significa "nós", mas nos conhecem como Karajá. Habitamos as margens do rio Araguaia nos estados de Goiás, Tocantins e Mato Grosso. Somos um povo forte e resistente que mantemos nossa cultura e organização forte mesmo apesar de muitos anos com os não-indígenas.
Nós possuímos muitas técnicas para nossa produção artesanal, como a cestaria, a cerâmica, entalhe em madeira e mais atualmente o trabalho com miçangas. A arte cerâmica é exclusiva das mulheres, que dominam todas as etapas da produção criando utensílios como potes, pratos e colheres e as bonecas com temas mitológicos, rituais, da vida cotidiana e da fauna.
As bonecas Karajá Ritxòkó foram declaradas patrimônio cultural imaterial do Brasil em 2012 pelo IPHAN. Elas possuem uma função lúdica para as meninas, atuando como elementos de socialização, uma vez que representam papéis e cenas da vida cotidiana.
Em 2002 fundamos a Casa de Cultura Karajá, e desde então temos buscado fortalecer a comercialização da produção de 16 aldeias.
Povo Yanomami
Cidade / Estado
Impacto - 436 artesãs e artesãos, 49 comunidades.
Yanomami significa "seres humanos", formamos uma sociedade de caçadores-agricultores da floresta tropical do Norte da Amazônia cujo contato com a sociedade nacional é, na maior parte do nosso território, relativamente recente. São 28 mil pessoas que vivem na TI Yanomami em cerca de 350 comunidades.
A Associação Hutukara promove as iniciativas de geração de renda junto às comunidades de acordo com o Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) da Terra Indígena Yanomami. São 890 pessoas de 67 comunidades que participam dos projetos de geração de renda. Os projetos desenvolvem e comercializam os produtos: castanha do brasil, cogumelo yanomami, cacau nativo e arte indígena. No projeto Arte Yanomami participam 436 artesãs e artesãos de 49 comunidades.


Povo Baniwa
Região - Alto Rio Negro - Amazonas
Projeto - Casa das artes Baniwa
Impacto - 223 artesãos e artesãs
Somos o povo Baniwa, vivemos na fronteira do Brasil com a Colômbia e Venezuela, em aldeias localizadas às margens do Rio Içana, em comunidades no alto Rio Negro e nos centros urbanos rionegrinos de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel e Barcelos (Amazonas).
Nossa população atual é estimada em 12 mil pessoas, das quais 4 mil vivem no Brasil, basicamente de agricultura especializada na mandioca brava e da pesca.
Produzimos cestarias e luminárias de várias formas utilizando a fibra de arumã e outras plantas como a jacitara, o caranã e o javari. O processo de preparo de um produto é complexo e trabalhoso, e envolve cortar a fibra na floresta, fazer feixes e carregar até a aldeia, tirar e preparar os materiais para tingimento e acabamento. Raspar, lavar e arear. Pintar e descorticar em talas, trançar e fazer o acabamento, preparar a embalagem, colcoar etiquetas e embalar. Transportar em canoa com motor até São Gabriel da Cachoeira, passando por várias cachoeiras, um percurso perigoso e demorado. Depois, levar de carro até o porto de Camanaus aonde irá de balsa durante 5 dias até Manaus. Depois disso, segue de caminhão ou avião até Brasília, para chegar até você.
fonte: Arte Baniwa. FOIRN - Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro / Instituto Socioambiental (ISA)

Povo Waurá
Região - Alto Xingu - Mato Grosso
Projeto - ATIX - Associação Terrritório Indígena do Xingu
Impacto - Aldeia Kamukuwaká, 60 pessoas
Somos os Waurá, povo indígena habitante do Território Indígena do XINGU - MT, somos reconhecidos como os principais ceramistas entre os Xinguanos. Aprendemos a produzir cerâmicas a partir de um conhecimento ancestral trazido pela “cobra-canoa”, exclusivamente para eles. Símbolo de uma identidade, a arte oleira Waurá é muito mais do que artefatos. Ela ensina os Waurá a serem Waurá. A REDE MULTIÉTNICA em parceria com o Indígena Peti Waurá e sua família desenvolveram ações para contribuir com o escoamento de sua produção artesanal. Assim, foi criado a coleção Fauna Waurá com o repertório das esculturas em formato da fauna local representadas pela visão de mundo das mulheres Waurá.
Povo Kuikuro
Região - Alto Xingu - Mato Grosso
Projeto - ATIX - Associação Terrritório Indígena do Xingu